quinta-feira, 6 de junho de 2013

Períodos

Na tabela cronoestratigráfica estão representados todos os limites que foram delimitados ao longo da vida da Terra. Dois períodos que vamos destacar aqui são o Carbonífero e o Pérmico.

Carbonífero

Estamos portanto a falar do Eón Fanerozóico, dentro da Era do Paleozóico. O termo Carbonífero significa terrenos que possuem carvão, (Cornybeare, 1822). Tem como idades 359,2 a 299,0 M.a, este sucede ao Devónico cujo clima é quente no Devónico Inferior e com grande pluviosidade no Devónico Superior. O Carbonífero é caracterizado por transgressões onde o mar é quente, sucedido de uma emersão da Europa média, onde ocorre um recuo do mar de Tétis; com a acumulação da hulha foram-se formando bacias parálicas. A orogenia Hercínica da Europa juntou-se à Laurência. Deste modo ocorre a formação dos Apalaches, em que surgem através da colisão da Europa e África com o Leste da América do Norte, em concreto os Estados Unidos.
Os vestígios vegetais aqui presentes assemelham-se muito à actual flora tropical e das áreas de temperaturas médias. Esta uniformidade climatérica deve-se à larga expansão do oceano e do seu único continente (ainda em formação) a Pangeia. Alguns exemplos são o Lepidodendron e a Sigillaria.
Os organismos característicos são sobretudo os foraminíferos, onde se destacam os Fusulinídeos e os Schwagerinideos.; relativamente a outros organismos aqui presentes, tem-se uma grande diversificação de moluscos, tal como, gastrópodes, bivalves e cefalópodes.

Fig. 1- Sigillaria
Algumas curiosidades acerca do Carbonífero: http://www.ucmp.berkeley.edu/carboniferous/carboniferous.php
http://dinosaurs.about.com/od/PaleozoicEra/a/Carboniferous-Period.htm



Pérmico
Este período continua a fazer parte do Paleozóico, tem a sua idade de 299,0 a 251,0 M.a. É o último período do Paleozóico e antecede a Era Mesozóica. É neste período que se conclui o continente Pangeia, rodeado pelo único oceano Pantalassa.
Em termos clima pode-se verificar um grande aumento da temperatura, surgindo deste modo grandes desertos no interior da Pangeia. A zona meridional atravessa uma glaciação iniciada no período anterior; o gelo situava-se então na Índia, Austrália Meridional, Antártida bem como uma grande parte de África e a América do Sul. No centro do planeta temos um clima húmido e quente.
Relativamente à flora é comum Glossopteris e o aparecimento das primeiras coníferas. Já em termos de fauna observou-se um grande desenvolvimento e diversificação dos reptéis; ainda não existem mamíferos, tartarugas, dinossauros, mas há registos dos seus ancestrais. O limite supeior é marcado pela grande extinção deste período- Extinção Pérmica, onde 95% da vida desapareceu (exemplos disso, trilobites, escorpiões marinhos etc.)

Alguns links: http://vidaterra.wordpress.com/2011/04/19/a-grande-extincao-do-final-do-permico-parte-1/
http://park.org/Canada/Museum/extinction/permass.html
http://www.ucmp.berkeley.edu/permian/permian.php

Fig. 2- Pérmico
Fig. 3- ambiente vísivel no Pérmico
Fig. 4- Séries e andares


Bibliografia: (http://moodle.fct.unl.pt/mod/resource/view.php?id=182694
http://www.google.pt/imgres?imgurl=http://palaeos.com/paleozoic/permian/images/permian.jpg&imgrefurl=http://palaeos.com/paleozoic/permian/permian.htm&h=384&w=512&sz=25&tbnid=vufnZSf_T-4wkM:&tbnh=98&tbnw=130&zoom=1&usg=__ZCZr7SQHUBOCTAUvnxAHtunaTFA=&docid=gZRA9gMFEPjTnM&sa=X&ei=LLOvUfnsC-LR7AbAzoH4Dw&ved=0CDgQ9QEwAQ&dur=1666
http://www.google.pt/imgres?imgurl=http://www.scotese.com/images/255.jpg&imgrefurl=http://www.scotese.com/newpage5.htm&h=456&w=720&sz=117&tbnid=HOQJrhhtv9Kz9M:&tbnh=87&tbnw=137&zoom=1&usg=__uJRrgGnHl1f1Hm9YyXxQSmKAT8I=&docid=1YFRXfEtSBY85M&sa=X&ei=LLOvUfnsC-LR7AbAzoH4Dw&ved=0CDsQ9QEwAg
http://www.scotese.com/)

Andar- Serravaliano

O Serravaliano é um andar do Cenozoico, mais concretamente do período Neogénico e da série do Miocénico. Em termos de idade esta está compreendida entre os 13,82 a 11,62 M.a. Tem como limite inferior o Langhiano e limite superior o Tortoniano, ambos pertencentes ao Miocénico também. O nome Serravalliano teve origem numa aldeia de Itália, Serravalle Scrivia. O seu limite inferior foi depositado quando se começou a observar-se para a parte mais superior do Langhiano alternância de mármores cinzentos com intercalações arenosas amarelas que acabam por se tornara semehantes a depósitos de um mar menos profundo e mais perto da linha de costa. Foi caracterizado com o nome desta aldeia, pois são onde se evidenciam mais estas características , com formações de grandes colinas, criando condições geológicas particulares. tem a localização de estratótipo a Oeste do "Terciary Piedmont Basin". Presença de depósitos típicos de hiatos, em que os fácies sedimentares são de ambiente marinho pouco profundo. Presença de calcários fossilíferos ( com fósseis de pequenas dimensões) Sphenolithus heteromorphus.
Este andar é marcado uma diminuição da temperatura em comparação com o andar inferior, onde se pode notar que os corais recifais desapareceram e a fauna global ficou empobrecida.

Aqui fica um link de algumas imagens de fósseis típicos do Serravaliano:
http://www.rngeologique-saucatslabrede.reserves-naturelles.org/1024/fossilseraval.htm




Bibliografia: (http://www.geo.uu.nl/sns/pdf/SGSSP_ICS_finalproposal.pdf
http://www.rngeologique-saucatslabrede.reserves-naturelles.org/1024/serravallien.htm
http://www.britannica.com/EBchecked/topic/535875/Serravallian-Stage)

Estratos

Estratigrafia  (do latim stratum e do grego grafia), ciência da Geologia, que estuda os estratos ou camadas de rochas através de princípios e leis (Princípios da Estratigrafia) com o objectivo de desvendar os acontecimentos a que as rochas foram submetidas e que transformações a Terra sofreu.


Fig. 1- estratos do Grand Canyon (EUA)

Estrato: um estrato (fig. 2 conjunto de estratos) ou camada, são definidos como corpos liticos, em regra geral tabulares, caracterizados com determinadas propriedades, caracteres ou atributos que os diferenciam dos outros corpos.

Fig. 2
A separação entre camadas pode ser feita através de planos em que se visualizam passagens bruscas entre camadas, ou através de mudança gradual de qualquer propriedade (litologia, mineralogia, conteúdo fossilífero, composição química, propriedades físicas e idade).

Para a Estratigrafia cumprir os seus objectivos, guia-se pelos Princípios Fundamentais da Estratigrafia:

- Princípio do Uniformitarismo (actualidade): O presente é a chave do passado.

- Princípio da Horizontalidade: Um estrato deposita-se sempre na horizontal

- Princípio da Sobreposição: Em condições normais, ou seja, sem haver deformações, o estrato mais antigo encontra-se em baixo e o mais recente em cima (Fig. 3)

Fig. 3
- Princípio da Continuidade Lateral: Ao longo de uma longa extensão, um estrato tem sempre a mesma idade, sendo a base e o topo do estrato isócronas.

Fig. 4- Princípio da Continuidade Lateral
- Princípio da Identidade Paleontológica:
Os estratos com o mesmo conteúdo fossilífero têm a mesma idade.
Os fósseis característicos ou fósseis de idade (isto é, "bons fósseis") têm:
  • rápida evolução (curta longevidade);
  • vasta repartição geográfica;
  • ocorrência frequente;
  • identificação simples

Fig. 5- Princípio da Sobreposição e Princípio da Identidade Paleontológica

- Princípio da Intersecção: Toda a unidade geológica que intersecta outra é mais recente que a intersectada. (Aplicação mais comum a falhas, filões e intrusões magmáticas.)


Fig.6- Princípio da Intersecção com explicação.


- Princípio da inclusão: Uma rocha A que contenha fragmentos pré-existentes de uma outra rocha B, é sempre a mais recente.

Fig. 7- Representação do Princípio da Inclusão


Quando se fala em descontinuidades, estamos a caracterizar três tipos de descontinuidades: Sedimentares, Estratigráficas e Diastróficas.
  • Sedimentares- corresponde a um curto período de tempo e trata-se de descontinuidades entre dois estratos de marés successivas.
  • Estratigráficas- quando num intervalo de tempo bastante considerável duas unidades são separadas por exemplo uma ausência de biozona.
  • Diastróficas- existe a falta de uma unidade e deformação tectónica.

As descontinuidades manifestam-se através dos contactos entre as unidades. Existem quatro tipos de manifestações:
  • Estratigráfico normal:
- Concordante: (fig. 8)- continuidade successiva entre unidades

Fig. 8
- Paraconformidade: (fig. 9)- não há diferença de atitude entre as unidades sobrepostas

Fig. 9
  • Discordante: existe uma diferença de atitude entre dois conjuntos de estratos
- Disconformidade (fig. 10)

Fig. 10
- Discordância angular (fig. 11)
Fig. 11
- Discordância progressiva (fig. 12)
Fig. 12

  • Intrusivo: um corpo atravessa outros corpos líticos (fig. 13)

Fig. 13






quarta-feira, 5 de junho de 2013

Fossilis

Fósseis (do latim fossilis) são os restos materiais de antigos organismos, a que se dá o nome de somatofóssil (fig. 1 – osso de hominídeo) ou as manifestações da sua atividade, (fig. 2 – ovos de dinossauro), a que se dá a designação de icnofóssil, que ficaram conservados nas rochas ou em outros fósseis.

Fig. 1
Fig. 2
Para que se forme um fóssil é necessário que as evidências sofram uma série de transformações químicas e físicas ao longo de um período de tempo. Assim, só se consideram fósseis os vestígios orgânicos com mais de 13.000 anos (idade aproximada da última glaciação do Quaternário).



Fig.3 Macro e Microfósseis



A fossilização é o conjunto de fenómenos físicos e químicos que permitem a formação de um fóssil. No entanto, é um fenómeno muito raro na Natureza, porque, habitualmente, quando os seres vivos morrem, entram em decomposição.
Existem vários processos de fossilização, mas, em regra, o processo de fossilização para um organismo (simplificado) é o seguinte:
1º -  o ser vivo morre

2º - o organismo é decomposto por bactérias/fungos que degradam a matéria orgânica;


3º - o organismo pode passar por vários processos (desarticulação, transporte) e depois é coberto por sedimentos, o que o leva a ficar soterrado posteriormente.
(NOTA: pode não passar por esses processos e ser logo coberto por sedimentos)




4º -  o organismo passa pelo processo de diagénese (compactação e cimentação) 



Os outros processos de fossilização são os seguintes:
Conservação: consiste na conservação integral ou parcial ser vivo/marca da sua atividade na resina (ex fig 8) ou gelo (ex fig 9). É o tipo mais comum de fossilização.

Fig. 8

Fig. 9
Moldagem: Baseia-se na impressão de um molde em sedimentos finos de um organismo/partes dele ou da sua atividade(fig 10). Mesmo que o organismo desapareça, o seu molde permanece.

Fig. 10- esquema simplificado do processo de moldagem

Fig. 11- molde interno de uma Turritella


Fig. 12- molde externo de uma Turritella
Impressão: Marcas que os organismos deixam nos sedimentos onde passaram ou onde foram soterrados; Os melhores exemplos deste processo são as pegadas (fig. 13, 14), restos de vestígios vegetais (fig.15, 16), restos e asas (fig. 17, 18).

Fig. 13- pegada de um pequeno mamífero

Fig. 14- pegada de dinossauro
Fig. 15- vestígios vegetais com escala
Fig. 16- vestígios vegetais numa rocha
Fig. 17- restos animais
Fig. 18- asa de "Anchiornis huxleyi"

MineralizaçãoProcesso de fossilização em que a matéria orgânica do organismo é comutada por minerais e realiza-se da seguinte forma: o ser vivo depois de morrer é envolvido por sedimentos que sofrem compressão, após serem depositadas mais camadas de sedimentos por cima destes, e a matéria orgânica é transformada em minerais, tais como a calcite, a sílica que substitui esta matéria orgânica que constitui as partes duras- conchas( fig. 19,20), garras, dentes (fig. 21), troncos, raízes- do organismo.


Fig. 19
Fig. 20- amonite
Fig. 21- dente de tubarão fossilizado


Bibliografia: (http://fossil.uc.pt/
http://webpages.fc.ul.pt/~cmsilva/Paleotemas/Fossil/Fossil.htm)


Correlação Geológica:

O conceito de correlação é usado em estratigrafia e geralmente com uma conotação temporal. Correlação é definida como sendo uma demonstração de equivalência de dois ou mais fenómenos geológicos em áreas distintas.


A correlação estratigráfica consiste em comparar vários tipos de estratos, de intervalo de tempo semelhante, definindo uma equivalência entre os níveis e/ou superfícies de estratificação reconhecíveis.
Existem vários tipos de correlação, das quais a que estamos a tratar é a Biocorrelação.

Biocorrelação:


Procura estabelecer uma correspondência entre dois níveis de fósseis, com base na presença de determinados fósseis e da sua posição bioestratigrafica. A biocorrelação rege-se pelos biohorizontes da primeira aparição até à última presença de fósseis característicos, em diferentes secções estratigráficas.


Fig. 1- Biocorrelação
 Bibliografia: (https://www.google.pt/search?q=biocorrela%C3%A7%C3%A3o&bav=on.2,or.r_cp.r_qf.&bvm=bv.47883778,d.ZWU&biw=1366&bih=643&um=1&ie=UTF-8&hl=en&tbm=isch&source=og&sa=N&tab=wi&ei=16W5UYTQKuaS7Aaor4GoCA#facrc=_&imgrc=gzrzfzTqjinLhM%3A%3BXTX6RWFGdhixLM%3Bhttp%253A%252F%252F4.bp.blogspot.com%252F-e5GAJ3AkVQ0%252FUOisUgxKLqI%252FAAAAAAAAADE%252F1nB_LV9tY44%252Fs1600%252Fbiocorrelac%25CC%25A7a%25CC%2583o.png%3Bhttp%253A%252F%252Festratfct012.blogspot.com%252F2013%252F01%252Fcorrelacao-geologica.html%3B320%3B235
http://fossilvivo.blogspot.pt/2008/12/correlao-geolgica.html)